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domingo, 28 de agosto de 2011

Preparando para a Prova Brasil

Preocupadas com o baixo rendimento dos nossos alunos em Matemática, eu e minha companheira inseparável Eloísa, desenvolvemos esse projeto a partir da ideia de um livro didático antigo que minha amiga ainda guardava, em plena era da internet ( Graças a Deus!)
O projeto deu tão certo que estendemos para a Língua Portuguesa, bolando atividades de leitura, interpretação e classificação de gêneros, bem ao estilo Prova Brasil. Compramos TNTs coloridos, recortamos as faixas e colocamos o projeto em ação! É incrível como os alunos desenvolveram a capacidade de leitura e interpretação dos problemas matemáticos! Atualmente, tenho alunos na "faixa amarela", que estão dando um show na matemática e na língua portuguesa!

Colocamos o mesmo projeto em prática também no 1º ano, com muito sucesso! Basta ter a disposição listas de problemas com níveis graduais de dificuldade para aplicar com os alunos que estão autônomos na leitura.

O mais importante para que o projeto tenha efeito positivo é NÃO LER JAMAIS os problemas para os alunos. É a capacidade de leitura autônoma que será aperfeiçoada neste processo!


PROJETO “JUDÔ DA MATEMÁTICA”:PROBLEMA NÃO É MAIS PROBLEMA

ESCOLA ESTADUAL PROFª. HILDA DE SOUZA FERREIRA

PROFESSORAS: ELOÍSA EMIKO ISEKI
SANDRA NOVAIS SOUSA

Público alvo: Alunos do 4º e 5º anos.

Tempo de execução: Agosto a Novembro/2010

OBJETIVOS:
 Recordar e fixar os fatos básicos através dos algoritmos das quatro operações fundamentais e reforçar as relações entre estas operações e suas aplicações nas situações do dia-a-dia.
 Fazer o aluno pensar produtivamente
 Desenvolver o raciocínio do aluno.
 Preparar o aluno para enfrentar situações novas.
 Dar oportunidade aos alunos de se envolverem com aplicações da matemática.
 Tornar as aulas de matemática mais interessantes e desafiadoras.
 Equipar o aluno com estratégias e procedimentos que auxiliam na análise e na solução de situações onde se procura um ou mais elementos desconhecidos.
 Dar uma boa alfabetização matemática ao aluno das séries iniciais do Ensino Fundamental.
 Fazer com que os alunos tornem-se pessoas capazes de enfrentar situações diferentes dentro de contextos diversificados;
 Permitir o aprendizado de novos conhecimentos e habilidades.


JUSTIFICATIVA

A educação contemporânea não deve se limitar a formar alunos para dominar determinados conteúdos, mas sim que saibam pensar, refletir, trabalhar e cooperar uns com os outros, propor soluções sobre problemas e questões atuais. Deve favorecer a formação de seres críticos e participativos, conscientes de seu papel nas mudanças sociais.. Só assim estarão melhor preparados para adaptar-s às mudanças culturais, tecnológicas e profissionais do novo milênio.
A sociedade moderna exige a formação de pessoas capazes de enfrentar desafios novos, avaliar os contextos sócio-históricos, filtrar informações, manter-se permanentemente em processo de formação.
Uma das formas mais acessíveis de proporcionar aos alunos que aprendam a
aprender é a utilização da resolução de problemas como metodologia de ensino.
'A solução de problemas baseia-se na apresentação de situações abertas e sugestivas que exijam dos alunos uma atitude ativa ou um esforço para buscar suas próprias respostas, seu próprio conhecimento. O ensino baseado na solução de problemas pressupõe promover nos alunos o domínio de procedimentos, assim como a utilização dos conhecimentos disponíveis, para dar resposta a situações variáveis e diferentes.' (POZO e ECHEVERRÍA, 1988, p.09)
Sendo assim, quando se ensina através da resolução de problemas, ajuda-se os alunos a desenvolver sua capacidade de aprender a aprender, habituando-os a determinar por si próprios respostas às questões que os inquietam, sejam elas questões escolares ou da vida cotidiana, ao invés de esperar uma resposta já pronta dada pelo professor ou pelo livro-texto.
No que se refere ao se ensinar resolver problemas, POZO e ECHEVERRÍA acrescentam que não é suficiente "dotar os alunos de habilidades e estratégias eficazes" mas faz-se necessário "Criar neles o hábito e a atitude de enfrentar a aprendizagem como um problema para o qual deve ser encontrada uma resposta". (POZO e ECHEVERRÍA, 1988, p. 1 4)
Para que uma determinada situação seja considerada um problema, deverá implicar em um processo de reflexão, de tomada de decisões quanto ao caminho a ser utilizado para sua resolução, onde automatismos não permitam a sua solução imediatamente. O problema deverá ser uma situação diferente da que já se tenha trabalhado, mas que se utilize de técnicas e estratégias já aprendidas para a sua solução. Quando a prática nos proporcionar a solução direta e eficaz para a solução de um problema, escolar ou pessoal, acabaremos aplicando essa solução rotineiramente, e a tarefa servirá, simplesmente, para exercitar habilidades já adquiridas'. (POZO e ECHEVFRRIA, 1998, p. 1 7)
A resolução de problemas tem grande poder motivador para o aluno, pois envolvem situações novas e diferentes atitudes e conhecimentos.
Para que seja possível a resolução de um problema são necessários várias habilidades. Os mesmos autores apresentam "algumas técnicas que ajudam a compreender melhor os problemas. Após a compreensão do problema, urge a elaboração de um plano que permita a sua resolução, isto é, quais os procedimentos que deverão ser utilizados para que seja alcançada a meta final.
O terceiro passo é a execução do plano elaborado seguindo-o passo a passo.
E finalmente chega-se a última fase que é o retrospecto, revendo todo o caminho percorrido para se chegar a solução, podendo auxiliar na determinação e correção de eventuais erros.

DESENVOLVIMENTO:

 Apresentação do projeto aos alunos e seus objetivos.
 Entrega da primeira faixa, branca, marcando a fase inicial em que todos se encontram.
 Os alunos terão dia e tempo para resolução estipulados previamente.
 No dia marcado, serão distribuídas as folhas com as proposições e os alunos deverão ler, interpretar e resolver com autonomia os problemas propostos, sem auxilio ou intervenção do professor ou dos colegas. Ao término do tempo estipulado as folhas com as perguntas e as respostas dos alunos serão recolhidas para correção. Em nenhuma hipótese essa folha de atividades deverá ser levada para casa, para que não se corra o risco de uma terceira pessoa resolver para o aluno.
 Corrigidas as respostas, caso o aluno tenha tido sucesso em todos os exercícios, na próxima aula do projeto receberá uma nova faixa e uma nova folha de atividades referente ao nível posterior, e assim sucessivamente, até que chegue ao ultimo nível. A mudança de nível ( ou faixa) será feita de forma lúdica, estimulante, assemelhando-se à mudança de faixa ocorrida em esportes como Karatê, Judô, etc.

 Na eventualidade de não conseguir resolver as atividades, o aluno, na próxima aula, receberá a mesma folha e a faixa da mesma cor da semana anterior, até que consiga resolver aquele nível.

 No dia da execução das atividades, o professor deverá manter-se imparcial, não intervindo nas respostas, não “dando dicas” ou facilitando de alguma forma a contrução da resposta por parte do aluno.Porém, no decorrer das aulas de matemática nos outros dias da semana, o papel do professor será de incentivador, facilitador, mediador das idéias apresentadas pelos alunos, de modo que estas sejam produtivas, levando os alunos a pensarem e a gerarem seus próprios conhecimentos.

 Nas aulas, deve-se criar um ambiente de cooperação, de busca, de exploração e descoberta, deixando claro que o mais importante é o processo e não o tempo gasto para resolvê-lo ou a resposta final.Dado um problema para ser resolvido em grupo ou individualmente, semelhante aos trabalhados na folha de atividades do projeto, o professor deverá:
a)Permitir a leitura e a compreensão do mesmo;
b)Proporcionar a discussão entre os alunos para que todos entendam o que se busca no problema
c) Propiciar a verbalização;
d) Não responder diretamente as perguntas feitas durante o trabalho e
sim incentivá-los com novos questionamentos, idéias e dicas;
e)Após a determinação da solução pelos alunos, discuta os diferentes caminhos de resolução, incentivando para soluções variadas Também discutir soluções errôneas;
f)Estimular a verificação.

 DANTE (1988) sugere que sejam apresentadas diferentes
estratégias para a resolução de problemas de modo que o aluno possa diversificar a sua ação. São elas:
1. Tentativa e erro organizada.
2. Procura de padrões ou generalizações.
3. Resolvendo antes um problema mais simples.
4. Reduzindo à unidade.
5. Fazendo o caminho inverso.

 Cuidados que se deve ter:
Longas listas de problemas são desmotivadoras, assim como constantes fracassos e repetições são frustrantes. Para evitar essas atitudes convém: Apresentar poucos problemas com graduação de dificuldades e aplicação de diferentes estratégias;
A linguagem deve ser simples evitando a não compreensão do problema; Permitir o uso de materiais concretos; Evitar valorizar a resposta e sim todo o processo para determiná-la; Incentivar as descobertas do aluno, a diversidade de estratégias utilizadas, a exposição de dificuldades, a análise e verificação da solução, a criação de novos problemas e a identificação do erro, para que através dele possa compreender melhor o que deveria ter sido feito.

 Sendo assim, o professor, no decorrer das aulas, irá propor situações-problema que possibilitem a produção do conhecimento, onde o aluno deverá participar ativamente compartilhando resultados, analisando reflexões e respostas, enfim aprendendo a aprender.

 Então, com esse “treinamento” feito nas aulas de matemática, o dia de culminância do projeto, ou seja, no dia estipulado para que os alunos resolvam sozinhos a folha de atividades no nível ( ou faixa) em que se encontram, será um dia de avaliação, se o aluno está se apropriando dessas estratégias e consegue resolver com autonomia situações problema semelhantes às trabalhadas no decorrer das aulas “normais”.



RECURSOS:
Atividades xerocopiadas.
TNT nas cores: branca, cinza, azul, amarela, laranja, verde, roxa, marrom, preta.
Medalhas.


AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá durante todo o processo, observando-se e registrando-se as estratégias utilizadas pelos alunos para resolver as situações-problema propostas.
A correção dos exercícios servirá como fator norteador para que os alunos repensem suas estratégias e modifiquem o que for necessário.

BIBLIOGRAFIA:

DANTE, Luiz Roberto. Criatividade e resolução de problemas na prática educativa
matemática. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Tese de Livre
Docência, 1988.

DEMO, P. Educação e qualidade. Campinas: Papirus, 1996.

ECHEVERRÍA, M. P. P.; POZO, J. I. Aprender a resolver problemas e resolver problemas para aprender. In: POZO, J. I. (Org.). A solução de problemas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Um comentário:

  1. Nossa nota foi 5,9 ... não foi uma maravilha, mas atingimos e ultrapassamos a meta da nossa escola..

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